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Opinião: Esquecidos pelo sistema, por Júlio Fessô

Como parte de nossas boas práticas de acessibilidade digital, o conteúdo do post foi disponibilizado como página na web: Opinião: Esquecidos pelo sistema, por Júlio Fessô. As imagens têm texto alternativo.


Pesquisando sobre o EL NIÑO, descobri que apesar desse fenômeno acontecer distante daqui, o Brasil acaba sendo afetado por causa dos seus efeitos. E que há também uma grande preocupação por parte do sistema com relação aos prejuízos que ele pode trazer para as cidades e o campo. No entanto, não se fala sobre esses impactos nas favelas. Isso, acredito, se deve ao racismo estrutural e ambiental. É como se as favelas não fizessem parte da nossa geografia. E a realização de um evento como o “QUE HISTÓRIA É ESSA? EL NIÑO NO BRASIL.”, onde lideranças sociais de partes diversas do país têm a oportunidade de participar e falar sobre como lidam com as Mudanças Climáticas em suas regiões, no contexto atual é um passo importante. Foi uma verdadeira troca de saberes!


Isso posto, observo que, para muitas pessoas, questões relacionadas às Mudanças Climáticas não passam de notícias nos jornais; e por isso considero relevante trazer essa discussão para dentro das favelas. E a razão é simples: elas são parte afetada pela crise climática. Temos potencial e podemos contribuir de forma relevante, transformando nossas quebradas em Quebradas Sustentáveis, a partir da nossa capacidade e conhecimento geral.

Em 2013, quando criei o projeto social Eu Amo Minha Quebrada, no Morro do Papagaio, favela, localizada em Belo Horizonte/MG, passei a trabalhar questões relacionadas ao clima, buscando envolver moradores e moradoras nesse processo. Hoje, somos referência! Temos diversas ações e projetos voltados para o meio ambiente. É importante ressaltar: nós, que vivemos nas periferias, aprendemos desde cedo a lidar com fenômenos climáticos naturais e também com os que são provocados pela ganância do ser humano. As muitas chuvas, as fortes correntes de vento, as enchentes, as inundações e a desigualdade social são as principais causas dos desastres nas quebradas. Muitas coisas são inevitáveis, mas, com ações de conscientização e prevenção que desenvolvemos, estamos conseguindo evitar algumas tragédias.


Não podemos, por mais que para o sistema sejamos invisíveis, parar com as ações e projetos que visam contribuir com a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida nas quebradas. Usando os recursos que temos, assim, fazemos a parte que nos cabe. Como ouvi dizer: “Não existe Planeta B”. Sendo assim, sigamos então com o plano A que é: avançar para transformar.


Julio é um homem negro, com barba castanho escura. Ele usa boné e uma camiseta preta escrito #EuAmoMinhaQuebrada

Júlio Fessô é Líder Social nascido e criado no Morro do Papagaio - BH. Arte Educador. Serígrafo. Líder Climático certificado pelo ex vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore. Palestrante Motivacional no Tio Flávio Cultural. Fundador do Movimento Eu Amo Minha Quebrada. Presidente da Associação de Moradores Centro de Defesa Coletiva. Cofundador da ONG fa.vela e Cursinho Popular Voa, Papagaio!. Embaixador da ONG norte-americana FTK (Liberdade Através do Conhecimento). Graduando em Ciências Socioambientais na UFMG.


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