Como parte de nossas boas práticas de acessibilidade digital, o conteúdo do post foi disponibilizado como página na web: Opinião: Os Efeitos do El Niño no Brasil, por Mayara Alves. As imagens têm texto alternativo.
O El Niño é um fenômeno climático que envolve fatores atmosféricos–oceânicos e é caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical em decorrência do enfraquecimento dos ventos alísios. Esse evento, que costuma ocorrer em intervalos de dois a sete anos, provoca diversas alterações climáticas globais e inúmeros prejuízos socioeconômicos e ambientais às regiões afetadas. No Brasil, em razão da sua localização em uma faixa tropical do globo, as mudanças climáticas são bastante variadas, haja visto que o território brasileiro possui dimensões continentais e, portanto, uma elevada diversidade climática. Em algumas áreas, o El Niño gera secas extremas; em outras, ele apenas eleva as temperaturas, ao passo em que chuvas torrenciais acometem determinadas regiões, como por exemplo, a região Norte, que registra a redução das chuvas nas porções leste e norte da Floresta Amazônica, caracterizando algumas estiagens cíclicas para a região da floresta e aumento de problemas com as queimadas.
Na região Nordeste acontecem secas severas nas áreas centrais e norte, afetando, principalmente, a região conhecida como Polígono das Secas, que passa a sofrer crises dramáticas relativas à escassez hídrica.
Em resumo, temos uma grande complexidade de acontecimentos. Embora ainda seja cedo para prever com precisão a duração e a intensidade do El Niño, no Brasil, é importante buscar uma preparação, a partir de um planejamento adequado, evitando graves catástrofes. Falar sobre este assunto com especialistas e líderes da realidade climática faz toda a diferença, principalmente para aqueles que têm o pensamento de que o El Niño é algo “ruim” ou “maléfico” ou que ele provocaria uma “bagunça climática”.
Apesar de todas essas alterações climáticas, a “culpa” não é só do El Niño, mas da ausência de investimentos públicos para abastecer a população. Uma das principais saídas é investir em tecnologias que ajudem as pessoas a reduzir os impactos do El Niño, e manter-se informadas sobre o desenvolvimento do fenômeno e, sobretudo, entender os impactos de tais eventos climáticos no Brasil e no mundo. Dessa forma, podemos nos preparar e buscar soluções para enfrentar os desafios trazidos por essas mudanças na dinâmica do nosso clima.
Mayara Alves é Líder da Realidade Climática, Coordenadora Porta Voz do Núcleo Estadual Amazonas, Ativista socioambiental, e atua diretamente no Projeto Escolas nos territórios indígenas e ribeirinhos do Amazonas.
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