Movimento das Cartas de Direitos Climáticos constrói Manifesto por justiça climática que será levado à COP 30 em Belém

Tamandaré (PE), maio de 2025 – Entre os dias 16 e 18 de maio, lideranças comunitárias de todos os biomas do Brasil se reuniram no Encontro Nacional de Territórios das Cartas de Direitos Climáticos, promovido pelo Climate Reality Project Brasil, representado no país pelo Centro Brasil no Clima, com o apoio do Fundo Canadá para Iniciativas Locais. O encontro, realizado no Centro de Pesquisas CEPENE, em Tamandaré (PE), reuniu representantes de 12 Cartas de Direitos Climáticos, em um processo de construção coletiva, culminando na elaboração de um Manifesto pelos Direitos Climáticos destes territórios.

Foto por July B

O Manifesto, resultado de um processo colaborativo e plural, será levado como uma voz coletiva à próxima Conferência das Partes da ONU sobre Clima — a COP 30, que ocorrerá em 2025 em Belém (PA). A iniciativa marca um avanço estratégico do movimento das Cartas Climáticas, consolidando-se como um instrumento político que conecta as vivências e resistências locais à agenda climática global.

Fortalecimento em rede e protagonismo comunitário

Participaram da imersão 21 lideranças com forte atuação em seus territórios. O objetivo central foi promover a troca entre os territórios, fortalecendo a construção da rede das Cartas de Direitos Climáticos e compartilhar estratégias de incidência política, além da construção do Manifesto.

Rumo à COP 30: incidência política e justiça climática

O Manifesto, construído a partir das contribuições dos representantes de cada território, representa um posicionamento conjunto dessas comunidades frente aos desafios climáticos. Ele será apresentado à sociedade civil na COP 30, reforçando a importância de garantir direitos como eixo central da justiça climática.

Além disso, o movimento das Cartas de Direitos Climáticos passa a se organizar de maneira mais estruturada para incidir politicamente em espaços nacionais e internacionais, fortalecendo o protagonismo das populações vulnerabilizadas e historicamente impactadas pela crise climática.

Sobre o movimento das Cartas de Direitos Climáticos

Cartas de Direitos Climáticos são ferramentas que permitem a mobilização e o engajamento dos territórios, no encontro do conhecimento tradicional com a ciência do clima, para apresentarem à sociedade as demandas prioritárias de suas comunidades por medidas de adaptação e mitigação climática. Estas medidas são determinadas pelos próprios moradores, através da troca de vivências e identificação dos impactos já sentidos e em busca da defesa de seus direitos e da justiça climática. A carta, então, vira um instrumento para que os moradores se tornem protagonistas para alavancar soluções, ocupando espaços estratégicos de fala e tomada de decisão.

A imersão e a elaboração do Manifesto são marcos importantes desse movimento, que busca consolidar-se como referência para a construção de políticas públicas e incidência nas negociações climáticas internacionais de forma participativa e justa.

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