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Crônicas de Belém: Diário da COP 30

  • Foto do escritor: The Climate Reality BR
    The Climate Reality BR
  • há 2 dias
  • 6 min de leitura

Belém recebeu a COP 30 com a força de quem sabe que o futuro da agenda climática global passa, inevitavelmente, pelos territórios, comunidades e juventude. E, entre os corredores lotados das Zonas Verde e Azul, uma coisa ficou evidente já nos primeiros dias: o Brasil chegou pronto para disputar narrativa, defender direitos e mostrar participação popular na pauta climática.


Direitos climáticos no centro e a força dos territórios


No Pavilhão da Infância e Juventude, a mesa “Cartas de Direitos Climáticos: Territórios Tecendo Futuros Possíveis para Crianças e Jovens” colocou no centro a experiência viva das comunidades que, todos os dias, enfrentam os efeitos da crise climática. Destaque para a mesa composta por Isadora Gran, nossa coordenadora de Justiça Climática, Zanone Rodrigues, Edna da Paixão, Tayná Silva e Brenda Pacífico, participantes do movimento das Cartas de Direitos Climáticos.


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À noite, a Casa da Cidade ficou pequena para o lançamento do Manifesto por Direitos Climáticos, construído a partir da escuta de territórios e apresentado com a presença da Embaixada do Canadá, parceira do projeto com o Fundo Canadá para Iniciaticas Locais.


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Juventude como agente político


Se a COP 30 quer falar de futuro, não há outro caminho que não passe pela juventude. No Pavilhão da Infância e Juventude, o painel “Participação da Juventude nas Negociações Climáticas Internacionais” reafirmou o papel de programas como os Jovens Embaixadores pelo Clima e Operación COP, que incluem a participação da juventude nas negociações internacionais. A mesa contou com nomes como Luan Werneck, nosso analista de projetos, e Maria Gabriella, Jovem Embaixadora pelo Clima da turma de 2024.


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Essa atuação também se materializa no acompanhamento diário das discussões oficiais. Os Jovens Embaixadores pelo Clima estavam presentes nas trilhas de negociação, monitorando temas críticos e produzindo relatórios que sintetizam, de forma clara e acessível, os avanços e impasses da conferência. Esses resumos semanais aproximam o público do que acontece dentro das salas de negociação e reforçam o compromisso do programa com a transparência, a formação política e o fortalecimento da participação jovem no enfrentamento da crise climática.


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Educação e engajamento ocuparam a Casa da Educação, com o debate “Educação Ambiental Climática: Redes de Ativismo que se Articulam em Face da Crise” reuniu vozes de diferentes regiões, transmitido ao vivo para todo o país. Renata Moraes, nossa gerente da filial, compôs a mesa. A transmissão ao vivo foi realizada no canal do Lebidecom no Youtube.


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Na COP do Povo, “Conhecer para Defender: A Construção do Manifesto por Direitos Climáticos a partir de 12 Territórios”, reforçando que direitos climáticos só existem quando são conhecidos, defendidos e exigidos. Todos os membros da delegação das Cartas de Direitos Climáticos deram uma verdadeira aula sobre o que é justiça climática.


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Cerrado, democracia e tecnologia climática em destaque


Também na COP do Povo, aconteceu a roda de conversa sobre as vulnerabilidades da Terra Ronca e trouxe à COP a urgência das comunidades do Cerrado. Conheça a Carta de Direitos Climáticos do Terra Ronca, e entenda algumas de suas demandas.


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Em paralelo, Al Gore apresentou o Climate TRACE na Zona Azul da COP 30, reforçando o papel da tecnologia para rastrear impactos climáticos com precisão inédita.


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Na Casa das ONGs, o diálogo “Democracia em Ação: Participação Social e Governança Climática” mostrou que políticas climáticas justas passam, necessariamente, por processos participativos. Territórios, sociedade civil e juventudes, mais uma vez, construindo soluções. Compuseram a mesa Vera Colares, representando a Carta de Direitos Climáticos de Palmas, trazendo a pauta dos trabalhadores rurais; juntamente com Guilherme Lima, analista do Centro Brasil no Clima, representante do Climate Reality no Brasil.


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Infâncias e juventudes: saberes que sustentam futuros


Na Casa Futura, a mesa “Glossário: Pequenos Grandes Saberes” provocou uma reflexão sobre educação climática e infâncias. Sob a perspectiva do coordenador de programas Thalison Corrêa, as crianças aparecem não como público-alvo, mas como agentes de futuro.


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Na Zona Verde, a analista de Justiça Climática, Bárbara Gomes, debateu “Justiça Climática e a Permanência da Juventude no Campo”, reforçando que enfrentar a crise climática passa por garantir que jovens da zona rural possam permanecer, produzir e florescer em seus territórios.


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Educação Climática na Zona Verde: construindo bases sólidas


Os temas educativos voltaram ao centro dos diálogos. No debate sobre Protocolo Climático nas Escolas, Thalison Corrêa e Renata Moraes destacaram o trabalho de Coalizão Brasileira pela Educação Climática. Também fizeram parte da mesa Tiago Souza, representando a Carta de Direitos Climáticos de Nordeste de Amaralina e André Tovar, do Projeto Skoros.


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Na sequência, a gerente da filial, Renata Moraes, apresentou perspectivas sobre o Mapeamento do Ecossistema da Educação Climática, documento idealizada pelo UNICLIMA em parceria com a Coalizão Brasileria pela Educação Climática, Yakarana e The Climate Reality Project Brasil.


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Inovação, resiliência e novos horizontes


Com a conferência avançando, as discussões ganharam maturidade. No ODS Talks, na Casa Sustentabilidade Brasil, Renata Moraes reforçou o papel da educação como ferramenta estrutural.


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No Pavilhão UFPA/YCL, o analista de projetos Luan Werneck e o Jovem Embaixador pelo Clima Francisco Barbosa discutiram Juventude e Inovação, mostrando como soluções climáticas emergem da criatividade e da urgência das novas gerações.


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Já na Zona Azul, Renata Moraes integrou a mesa Construindo Resiliência Climática, apresentando os projetos de educação e justiça climática.


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Encontro de Líderes: uma celebração de trajetória


No meio da intensidade da COP 30, um momento especial marcou a agenda institucional: o tradicional Encontro de Líderes do Climate Reality durante a COP 30. Lá reunimos, além dos Líderes da Realidade Climática, gerentes de diversas filiais ao redor do mundo, o nosso diretor executivo, Guilherme Syrkis, e o fundador da organização, Al Gore.


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O encontro também abriu espaço para uma homenagem emocionante: a celebração dos dez anos de liderança de Renata Moraes e sua saída frente da filial brasileira. Em seu décimo, e último, ano na gestão do Climate Reality Brasil, Renata foi reconhecida pela contribuição decisiva na consolidação da educação climática como pauta e na formação de uma geração inteira de Líderes da Realidade Climática.


Incidência política das Cartas de Direitos Climáticos


Enquanto as negociações avançam na Zona Azul e os debates aconteciam nos pavilhões oficiais, o movimento das Cartas de Direitos Climáticos seguiu ampliando sua presença política na COP 30, aproximando territórios das esferas de decisão e financiamento. Representantes das cartas, que traduzem vivências, urgências e propostas de diferentes regiões do Brasil, tiveram encontros com autoridades estratégicas, levando a perspectiva de quem vive a crise climática na linha de frente.


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Tiago Souza, da Carta de Nordeste de Amaralina, em Salvador, Bahia, abriu a rodada de incidência encontrando a senadora Benedita da Silva.


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Samily Maré (Carta da Ilha de Caratateua), Tiago Souza (Carta do Nordeste de Amaralina) e Brenda Pacífico (Carta da Maré), dialogaram com Margareth Menezes, Ministra da Cultura, destacando como arte, memória e pertencimento são ferramentas de proteção climática e preservação de identidades ameaçadas.


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Samily, Tiago e Brenda também se reuniram com Tarcísio Motta, deputado federal, apresentando o Manifesto por Direitos Climáticos: Conhecer para Defender ao parlamentar.


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A presença dos territórios se expandiu ainda mais com encontros marcados por simbolismo e ancestralidade. Samily Maré esteve com Célia Xakriabá, deputada federal e liderança indígena, reforçando a urgência de políticas que protejam povos e comunidades tradicionais.


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Em uma articulação que conectou territórios do Norte ao Sul do país, Zanone Rodrigues (Aldeia Mãe Terra), Brenda Pacífico (Maré), Cosme Fellipsen (Morro da Providência e Pequena África), Edna da Paixão (Sítio Açaí e Jatobá II), Tiago Souza (Nordeste de Amaralina), Samily Maré (Ilha de Caratateua) e Vera Collares (Distrito de Palmas), se reuniram com Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, levando reivindicações por políticas públicas que reconheçam o impacto racializado da crise climática e garantam proteção para comunidades vulnerabilizadas.


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Além disso, Samily Maré encontrou Regis Mota, representante do Fundo CASA, reforçando a importância de financiamento direto para iniciativas comunitárias.


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E também esteve com Ursula Vidal, secretária de Cultura do Estado do Pará, fortalecendo a articulação com políticas voltadas para territórios amazônicos e destacando a pauta de Direito à Cultura, presente na Carta de Direitos Climáticos da Ilha de Caratateua.


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Edna da Paixão se encontrou com a atriz e comunicadora climática Laila Zaid, e na ocasião, entregou o infográfico da Carta de Direitos Climáticos dos Quilombos Sítio Araçá e Jatobá II, ferramenta de comunicação que traduz, de forma clara e objetiva, as demandas e propostas construídas coletivamente pelo território.


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Esses encontros reafirmam que a COP 30 não é apenas um espaço de grandes discursos: é também um território onde lideranças comunitárias podem levar suas pautas diretamente a quem decide, financia e influencia.


Somando Forças pelo Futuro


Além disso, o Centro Brasil no Clima, que representa o Climate Reality no Brasil, teve atuação nesta COP 30 contribuindo para debates sobre governança subancional, mitigação e transição justa, reforçando seu papel como voz estratégica na construção de soluções para o país.


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Encerramos mais uma COP 30 com a dedicação da equipe que esteve presente em ações de educação climática, justiça climática, incidência territorial e acompanhamento das negociações. Seguimos juntos na luta contra a crise climática.


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