Foram mais de 80 projetos inscritos por Líderes da Realidade Climática de todas as regiões do Brasil.
O Prêmio Descarbonário 2023 acontece no próximo dia 30 de março, às 20h e terá transmissão ao vivo no canal do Climate Reality Project Brasil, no YouTube. Esse ano a temática que orientou a criação das categorias foram as cinco regiões do Brasil. Dessa forma, tivemos as categorias Sul, Sudeste, Centro-oeste, Norte e Nordeste e mais de 80 projetos inscritos, todos com participação ativa de Líderes da Realidade Climática. No post de hoje, conheça os finalistas do Prêmio Descarbonário 2023.
Categoria Região Centro-oeste
O primeiro finalista é o projeto Conversas Energéticas, liderado por Nayanne Brito. Esse projeto inovador tem como objetivo ajudar mulheres negras a ingressar no setor de energia renovável através de um grupo de mentoria coletiva. Ao trazer profissionais do setor para compartilhar suas experiências e conhecimentos, as mulheres são capazes de adquirir confiança e networking, ajudando-as a conseguir seu primeiro emprego nesse campo.
O segundo finalista é o Projeto Ajuda Pantanal, liderado por Gabriel Adami Rodrigues. O objetivo desse projeto é mitigar as mudanças climáticas no bioma pantaneiro e promover a conservação da fauna e flora, ao mesmo tempo que incentiva o progresso socioeconômico dos povos tradicionais que ali vivem. As brigadas de incêndio treinadas e equipadas são essenciais para a prevenção de incêndios, e a plantação de 150 mil mudas de árvores nativas nas margens dos rios é fundamental para restaurar o Pantanal. Além disso, o fundo emergencial garante a proteção das populações tradicionais, indígenas e ribeirinhas, bem como da flora e fauna locais. Conheça mais em www.ajudapantanal.fund.
O terceiro finalista é o projeto A Vida no Cerrado, liderado por Cayo Henrique Ferreira de Alcântara. Esse movimento socioambiental visa conscientizar a população sobre a importância social e ecológica do bioma do Cerrado. Através da educação socioambiental, eles esperam mudar a visão errônea que muitas pessoas têm do bioma como um lugar desértico e sem vida. O engajamento das juventudes na proposição e monitoramento de agendas ambientais é essencial para a conservação do bioma.
Categoria Região Nordeste
O primeiro finalista é o projeto "Efeitos das Mudanças Climáticas sobre os
Mamíferos não-voadores da Caatinga" liderado por Gibran Anderson Oliveira da Silva, que analisou as consequências das mudanças climáticas na Caatinga, a maior floresta seca da América do Sul. Com base em registros de ocorrência de 90 espécies de mamíferos, o projeto prevê que até 90,6% dessas espécies perderão áreas adequadas no futuro para 75% da Caatinga, principalmente nas planícies e ao extremo norte e leste da Caatinga. Os distúrbios pelas atividades humanas dificultam o deslocamento e dispersão de mamíferos, sobretudo na região nordeste e centro-norte da Caatinga. O projeto destaca a importância de políticas público-ambientais e a tomada de decisão integrativa entre diferentes níveis administrativos para conservar as vidas nessas comunidades.
O segundo finalista é o Projeto ARES, liderado por Diego Carlos Batista Sousa, que visa a expansão de áreas agricultáveis a partir da expansão de SAFs em propriedades rurais de assentamentos. O projeto envolve a comunidade em um processo formativo e busca melhorar a qualidade do solo, desenvolver e recuperar áreas florestais e melhorar a qualidade de vida dos assentados. Além disso, o projeto busca ampliar as opções de produtos gerando renda e estabilidade econômica.
O terceiro finalista é o projeto MindSun, inscrito por Richard dos Santos Vitor Dantas. O projeto de Richard tem como objetivo promover uma melhor eficiência energética para empresas, através de tecnologias sustentáveis de baixo custo, democratizando o acesso a energias renováveis e tecnologias sustentáveis. Com a disseminação dessas tecnologias, espera-se que haja redução do impacto ambiental e aumento da eficiência energética das empresas.
Categoria Região Norte
O projeto Aliança entre os povos indígenas e extrativistas pelas florestas do Acre foi inscrito pela Líder Thayna Tamara Souza da Silva e foi construído para atuação no contexto de fortalecimento dos povos indígenas e tradicionais em Terras Indígenas e três Unidades de Conservação federais através do fortalecimento institucional e político das organizações indígenas e extrativistas, além de influenciar as políticas públicas ambientais, reforçar o manejo ambiental e territorial em uma ação conjunta dos povos florestais proteção e defesa de ameaças que podem levar a perda de território; ampliar áreas de produção agroflorestal para garantir a segurança alimentar e recuperação de áreas degradadas; fortalecer a equidade de gênero, a juventude e a cultura dos povos da floresta. São nove TIs : Kaxinawá do Baixo Rio Jordão, Kaxinawá do Rio Jordão, Kaxinawá do Seringal Independência, Kaxinawá do Rio Humaitá, Nukini, Mamoadate, Kaxinawá Praia do Carapanã, Arara do Igarapé Humaitá, Kaxinawá Ashaninka do Rio Breu, e em três UCs, as Reservas Extrativistas do Alto Juruá, Alto Tarauacá, Riozinho da Liberdade.
Concorrendo também pela região Norte, o projeto Rede Jandyras foi inscrito pela Líder Tatianny Cristina Queiroz Soares. A Rede Jandyras é um projeto de advocacy climático que mulheres pretas e periféricas realizam no âmbito político municipal de Belém. Seu trabalho consiste em mesclar narrativas com as pesquisas científicas existentes e, a partir disso, debater e construir propostas eficientes no combate à crise climática em da cidade, além de trazer uma perspectiva contra hegemônica de informações sobre como são afetados pelas mudanças climáticas. Ao construir a Agenda Climática para Belém, buscam ouvir as diferentes demandas, das variadas realidades das integrantes da Rede, para que assim, as propostas fossem próximas a realidade da cidade como um todo. Assim hoje, como organização, estão atuando para garantir a implementação das medidas de mitigação e adaptação que sugerem na Agenda Climática desenvolvida para Belém.
Inscrito pelo Líder Bleno Caleb de Paula, o projeto Faça Florescer Floresta promove a recuperação de áreas degradadas, incluindo o entorno de nascentes, com a implantação de Sistemas Agroflorestais, isto é, o cultivo consorciado de espécies florestais, frutíferas e de palmeiras de interesse ecológico e econômico. Desce sua criação, conta com o apoio de doações espontâneas e de empresas e organizações como a The Caring Family Foundation, Nike, One Tree Planted, Conservação Internacional e PMI Worldwide, dentre outras. Até 2025, a proposta é beneficiar diretamente 840 famílias com o plantio de um milhão e seiscentas mil mudas. A recuperação de áreas degradadas, conforme a densidade do plantio, comporta de mil a duas mil e quinhentas espécies por hectare. O trabalho de restauração é realizado em estreita parceria com os beneficiários do projeto, residentes em comunidades ribeirinhas e extrativistas, projetos de assentamento e Unidades de Conservação.
Categoria Região Sudeste
O projeto Florestas para Água trabalha na restauração de áreas florestadas em propriedades de agricultura familiar para proteger e fortalecer os recursos hídricos. A convite dos agricultores, fazem o plantio nas encostas dos morros para melhorar a recarga hídrica. Coletam sementes da espécies nativas, fazem mudas, cuidam delas no viveiro, preparam a terra, e fazem o plantio junto às famílias. Monitoram as mudas ao longo de 2 anos, fazendo manutenção e replantio onde for necessário. O projeto foi inscrito pela Líder Rosemary Le Breton.
Natalia Tsuyama Cócolo foi a Líder responsável por inscrever o projeto Descarbonando a Quebrada, uma construção conjunta entre Global Shapers Belo Horizonte, o movimento Eu Amo Minha Quebrada e moradores de Morro do Papagaio, que será realizado em três fases. A primeira fase foi treinamento Climate Reality Leaders para líderes, já concluído, com o objetivo de formar multiplicadores e educadores sobre o clima na comunidade. A segunda fase consiste em desenvolver lideranças entre jovens através de treinamentos em parceria com Engajamundo, incluindo programas para jovens influenciarem e monitorarem a realidade da região. A terceira fase será a educação ambiental na Quebrada, envolvendo a comunidade em boas práticas de gestão de resíduos. Por fim, a quarta fase será o festival Desembolando na Quebrada, com atividades esportivas, oficinas educativas e entretenimento para a comunidade aprender sobre mudanças climáticas de forma acessível e próxima à realidade dos moradores.
O segundo finalista do sudeste é o projeto Conferência de Racismo Ambiental, Eventos Climáticos Extremos e Justiça Climática inscrito pela Líder Naira Santa Rita Wayand de Almeida. Tem como objetivo ser o maior evento sobre racismo ambiental e eventos climáticos extremos x soluções da América Latina, imputando responsabilização inter setorial, trazendo legitimidade ao debate, colocando no centro das discussões e agendas propositivas deslocados climáticas, vítimas das crises e a comunidade local, a conferência visa não somente falar do problema mas principalmente através da incidência política trabalhar em soluções para pessoas e territórios, com foco em raça, gênero e classe, aos mais diretamente e desproporcionalmente atingidos pela crise climática que é uma crise de direitos humanos sem precedentes.
Categoria Região Sul
O primeiro representante da região Sul é o projeto Young Energy - ODS 7 inscrito pelo Líder John Fernando de Farias Wurdig. O projeto tem como objetivo efetivar os 17 ODS da ONU no Centro Comunitário da Vila Orfanatrófio - CENCOR (Creche Boa Esperança) através do ODS 7 e ODS 13, onde instalaram em 2019 um sistema de Placa Solares e atualmente desenvolvem inúmeras ações de educação ambiental nesta instituição com foco no combate as desigualdades sociais (ODS 10) e oferecendo uma educação de qualidade (ODS 4). Também na instituição há um foco na qualificação de jovens com o cursos de qualificação como de padeiro e confeiteiro ajudando com os ODS 1 e 2. O centro conta com uma equipe de 25 pessoas que atendem mais de 400 crianças e jovens com os serviços de creche comunitária, oficinas de teatro, dança e música e qualificação profissional. O CENCOR possuía um gasto mensal de aproximadamente R$ 1.500,00 com o pagamento da fatura de energia elétrica, com a instalação do Sistema Solar este valor reduziu em 90%, ou seja, em média, R$20 mil por ano serão economizados. Isto significa mais educação, mais cultura, mais sustentabilidade ambiental e um melhor atendimento as crianças e jovens da Vila Orfanatrófio.
Inscrito por Carolina Gonçalves Mota, o projeto 9ª Semana lixo zero de Joinville foi idealizada pelo Instituto Lixo Zero Brasil e aconteceu em Joinville por 9 anos, sempre em outubro. São meses de organização voluntária, conectando parceiros, criando projetos e ações para acessar o maior número de pessoas sobre o tema lixo zero e como podemos fazer a diferença através da separação direto na fonte, reciclando os materiais, realizando compostagem, repensando o consumo, estimulando consumo de pequenos, de forma local, realizando mutirão de limpezas, falado para outras pessoas sobre o tema, sensibilizando as pessoas sobre o tema por diversas formas incluindo a arte. A 9ª edição teve 120 ações, acessando 12 mil pessoas diretamente através da participação nas ações, 1 festival gastronômico, 1 mostra de cinema, 1 piquenique, 2 plantios de árvores, 2 concursos, 2 gincanas, 3 lives, 4 feiras, 5 exposições, 8 mutirões de limpeza, 9 vivências, 10 visitas técnicas, 14 palestras, 18 pontos de coletas, 19 campanhas, 21 oficinas, mais de 40 toneladas de lixo coletado.
O projeto PEEPHOLE é uma plataforma que gera relatórios de impacto ESG através do monitoramento ambiental de precisão (DANI). Por meio do DANI, tecnologia inovadora da PEEPHOLE, é capaz de monitorar os nossos biomas, computar a geração de CO2 e calcular o impacto da conservação da biodiversidade a cada 5 minutos pela plataforma de Analytics ESG desenvolvida por eles, já voltada para a área B2B com um espaço para os clientes PEEPHOLE inserirem seu desenvolvimento e crescimento institucional, já para desenvolver a metodologia de avaliar a descarbonização em sua totalidade, sendo este um dos objetivos de desenvolvimento de tecnologia do sistema PEEPHOLE para 2023. O projeto foi inscrito pela Líder Hellen de Almeida Vienna.
Quer conhecer os grandes vencedores da noite?
Acompanhe a cerimônia de premiação no nosso canal do YouTube, dia 30 de março, às 20h.
Você pode conhecer todas as iniciativas climáticas inscritas no Prêmio Descarbonário 2023 clicando no botão abaixo.
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