Jovem indígena atravessa outras lutas além da questão ambiental
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Por Maria Fernandes
O indígena Matsipaya Waura Txucarramãe, nascido e morador da reserva Kayapó, com 26 anos atravessa outras lutas além da questão ambiental usando diversas estratégias. Na sua árvore genealógica e de seus 11 irmãos estão os nomes: Kayapó, seu pai, Waujá, sua mãe, e Raoni, seu avô, conhecido mundialmente por defender terras indígenas. Na parte do Parque Xingu em que vive, no Mato Grosso, seu grupo étnico (os Kayapó) usufruem das riquezas naturais para sobreviver, além de serem conhecidos pela produção artesanal, e valorizam bastante ter uma boa relação com o meio. Como disse em uma entrevista para o site Contra os Agrotóxicos “O território para nós, indígenas, simboliza a vida […] Essa relação de homem com a natureza é muito forte, somos um só. Tudo o que a gente precisa a terra dá, então, a terra significa a nossa vida”.
Porém, como ele vem observando, o equilíbrio da natureza está sendo quebrado. Conforme disse para a mesma entrevista “Alguns passarinhos estão sumindo […] o rio Xingu está secando mais a cada dia, as chuvas são menos frequentes também. Por conta dessas mudanças climáticas, a gente já não consegue saber a data certa da colheita”. Consequentemente, Matsi, como é conhecido, tem como objetivo preservar o ambiente e sua biodiversidade, além de propagar consciência a respeito da relação entre homem e natureza. Com o aumento do uso de agrotóxicos, do agronegócio e da difamação da luta ambiental, essa luta tem tornado mais difícil, mas ele mantém a sua força.
Participante da SOS Amazônia, organização que luta pelos mesmos objetivos que ele, Matsipaya também combate a discriminação que sofre e que outros indígenas similarmente lidam. “Minha vida é quebrar preconceitos” como disse, vendo que existe uma grande falta de conhecimento a respeito de seu povo, mesmo que “não moramos aqui há pouco tempo ou invadimos esse território. Estamos aqui desde sempre!”, segundo ele. Para lutar a favor da preservação do ambiente e contra a descriminação aos indígenas, Matsipaya também utiliza a música. Como a canção “Índio do Brasil” (ouça aqui) de sua própria autoria, que busca encorajar as pessoas oprimidas a serem elas mesmas, além de alertar a respeito da destruição da natureza e estimular que mais indivíduos façam o mesmo, terminando com os versos “Jamais se cale! Seja você em qualquer lugar!”.
Fontes: Jornalistas Livres
Fotos: Dagmar Talga
Rádio Yandê
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